sexta-feira, 29 de maio de 2020

ENSINO RELIGIOSO - 7ºA e B

DATA: 29/05/2020


FAZER A LEITURA E COPIAR NO CADERNO A CONTINUAÇÃO DO TEXTO “A HISTÓRIA DA RELIGIOSIDADE DO POVO BRASILEIRO”:

A religiosidade africana.

Uma saída, adotada principalmente pelos africanos, depois da introdução da escravidão negra, foi maquiar suas crenças, disfarçando-as no culto de imagens e signos cristãos, compondo irmandades, nominalmente católicas, com intuito de facilitar a vida social. Vigiados de perto por seus senhores e fiscalizados pelos eclesiásticos católicos, na qualidade de escravos, considerados utensílios de trabalho a semelhança de uma ferramenta, os africanos foram obrigados a aceitar a fé Católica como símbolo da submissão aos europeus e a coroa portuguesa. O objetivo era desqualificar a religiosidade negra, reduzida a feitiçaria; a verdade é que elementos das religiões africanas sobreviveram se ocultando em meio à simbologia cristã.
As irmandades negras contribuíram para forjar a polissemia e sincretismo religioso brasileiro. Impedidos de frequentar as igrejas dos brancos, as irmandades eram associações permitidas aos negros no contexto colonial. As irmandades negras surgiram como forma de conferir status e proteção aos seus membros, sendo responsáveis pela construção de capelas, organização de festas religiosas e pela compra de alforrias. Entretanto, ao organizarem-se em torno da devoção a um santo especifico, a qual assumiu múltiplos significados, incorporando ritos e cultos aos deuses africanos, permitiu o nascimento de religiões afro-brasileiras como o acontundá, o candomblé e o calundu.
Muitos indivíduos que oficialmente cultuavam, por exemplo, São José, dentro do âmbito do acontundá, clandestinamente utilizavam rituais católicos, mescladas a um dialeto da Costa da Mina (atual Gana). Um sincretismo que se tornaria típico do povo brasileiro, também presente no candomblé, onde o rito do deus africano Coura e a devoção a Nossa Senhora do Rosário se fundiram, fornecendo um valioso exemplo da simbiose religiosa no Brasil. A aculturação da santa católica permitiu aos africanos cultuarem seus próprios santos com outros nomes, forjando novas práticas religiosas. Foi este também o caso do calundu, um rito religioso de origem jeje, uma tribo do atual Benin, o qual sobreviveu convertido ao culto a divindades católicas que foram incorporadas com outros nomes ao candomblé. Não obstante, não foram apenas religiões africanas ou praticas religiosas indígenas que contribuíram para a formação do sincretismo religioso brasileiro e sua simbologia polissêmica.

Outros credos também colaboraram para formar a cultura religiosa brasileira.

O judaísmo foi uma das crenças que mais exerceu influencia na formação do sincretismo religioso brasileiro, perseguidos pelo Tribunal do Santo Oficio na Europa, os judeus sempre estiveram em situação de perigo. Foram obrigados a converterem-se ao cristianismo em Portugal. Aos olhos do Estado os convertidos passaram a ser considerados cristãos-novos, vigiados de perto pela Inquisição, sofrendo preconceitos e perseguições. Desta mistura rica de crenças, da qual fez parte até mesmo o protestantismo, nasceu à religiosidade brasileira, apegada ao tradicionalismo católico e, simultaneamente, aberta e tolerante a novas religiões.
Uma religiosidade dogmática, em certo sentido, perante a esfera pública geral, mas empírica e sujeita a transformações de ordem mil dentro da privacidade individualizada de grupos menores.

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