DATA 26/08/2020
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Erva-mate
Um cacique guarani,
considerado o mais sábio da tribo, andava infeliz. Caá-yari, única filha,
queria se casar com um jovem guerreiro. Não iria mais morar com o velho pai e,
para acompanhar o marido, viveria longe. Como não teria a filha a seu lado nos
anos que lhe restavam, o cacique rezou pedindo um companheiro para as horas de
solidão. Tupã ouviu a prece e mostrou para o índio um erval, com árvore de
folhas muito verdes e lustrosas. Ensinou a colher, secar, torrar e moer essas
folhas. E assim nasceu a erva-mate. Servido com água quente, o pó forneceu uma
bebida de gosto agradável. Tupã também ensinou o cacique a cortar um porongo em
forma de cuia para acomodar a erva e a fazer um canudo de taquara trançada numa
ponta para sorver o líquido quente. O mate e o apetrecho para tomar o chimarrão
nasceram juntos. No decorrer dos séculos, os gaúchos substituíram as
taquarinhas pelas bombas de metal e criaram enfeites para as cuias. O velho
guerreiro recebeu de Tupã o melhor companheiro que poderia imaginar. Quando ia
se sentir só, preparava um mate amargo. Caá-yari pôde casar e acompanhar o
marido, mas seu carinho pelo pai a transformou na protetora de todos os ervais
do Rio Grande do Sul. Até hoje, os gaúchos apreciadores de erva-mate juram que,
nas horas de solidão e tristeza, o chimarrão é o amigo e conselheiro. Faz bem
para a saúde do corpo e da alma, ninguém pode negar. Nas rodas de galpão, anima
a conversa e mantém todo mundo alegre.
URBIM,
Carlos. “O negrinho do pastoreiro e outras lendas gaúchas”. Porto Alegre: RBS
Publicações, 2004.
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