DATA: 11/08/2020
2ºA - EDUARDO
OBJETIVOS DE
CONHECIMENTOS/CONTEÚDO: Instituições sociais
HABILIDADES/OBJETIVO: Estabelecer a relação entre a construção da identidade
individual e o pertencimento aos diferentes grupos e instituições sociais.
ATIVIDADE: 01) DEFINA (O QUE É) INSTITUIÇÃO SOCIAL?
LINK DE VIDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=YPRk8yTSR8w
Atividades e Orientação:
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Coloque a data e o assunto da aula de hoje em
seu caderno,
·
Leia o texto explicativo com bastante atenção,
· Copie em seu caderno apenas a parte escrita na cor vermelha.
Estratificação e desigualdade
social
A desigualdade
social é, para a
Sociologia, um grande objeto de estudo. Vários
estudos sociológicos mostram que alguns dos fenômenos
sociais mais graves, como a violência, podem estar relacionados com as relações
desiguais estabelecidas entre os sujeitos. É comum pensar que a desigualdade
está relacionada apenas com a condição econômica das pessoas. Porém, embora tenha grande impacto na realidade individual, a condição material é apenas uma das inúmeras diferenciações que
possuem valor social agregado e que podem influenciar positiva ou negativamente
a realidade de um sujeito. Atributos como gênero,
idade, crença religiosa ou etnia podem e são vistos dentro de um contexto
valorativo, isso é, são vistos como características aceitáveis, desejáveis ou
repulsivas. É nesse contexto que se aplica o conceito de estratificação
social.
Uma forma simples de entender o que é a estratificação
social é enxergá-la como um conjunto de desigualdades que
atingem diferentes sujeitos de uma sociedade, separando-os de alguma forma dos
demais. Um grupo de pessoas que pertence a uma camada mais
pobre de uma sociedade, por exemplo, acaba não tendo acesso aos
mesmos serviços disponibilizados a uma pessoa de melhor condição
econômica. Isso também é visto de forma ainda mais clara na composição e na organização
da maior parte das grandes cidades. Os bairros periféricos, ou as “periferias”,
onde se encontra a maior parte da população mais pobre, estão localizados,
comumente, mais afastados dos centros das cidades.
Nesse sentido, as sociedades podem ser vistas como construídas em uma pirâmide
hierárquica: uma minoria favorecida encontra-se no topo e os menos favorecidos
encontram-se mais próximos da base. A estratificação, no
entanto, não é característica exclusiva de nossa era contemporânea. A
desigualdade foi vista em diferentes épocas da história humana e segue padrões
de organização diferentes a depender do período e das convenções sociais. Esses
sistemas de estratificação estão divididos em quatro
tipos diferentes: a escravidão, a casta, o estamento e a classe.
·
A escravidão é
uma forma extrema de desigualdade. Nesse sistema, alguns indivíduos tornam-se
propriedade de outros, sendo tratados como objetos, sem força de ação ou
vontade que não seja a de seu senhor. Embora
tenha sido formalmente erradicada, a escravidão ainda existe em certas partes
do mundo, inclusive no Brasil.
·
O sistema de castas está
associado principalmente às culturas indianas que partilham da crença hindu
referente à reencarnação. Esse sistema parte da crença de que os indivíduos
estão separados em diferentes níveis hierárquicos determinados desde o
nascimento. Cada casta possui um papel fixo a ser cumprido, e aqueles que não
forem fiéis aos rituais e aos deveres de sua casta renascerão em uma posição
inferior na próxima encarnação. Não existe, portanto,
mobilidade entre as hierarquias de uma casta, que determina até o tipo de
contato que cada indivíduo pode ter com membros de outras castas.
·
Os estamentos foram
a forma de organização social de um grande número de civilizações no mundo
antigo. O mais famoso deles foi visto na era feudal europeia.
Os estamentos feudais constituíam estratos com diferentes obrigações e
direitos, isto é, eram divididos em aristocratas
e nobres, que ocupavam o posto mais alto da hierarquia, o clero ou as
autoridades religiosas, que formavam outro estamento voltado exclusivamente
para atividades religiosas, e os servos, mercadores e artesãos, que compunham a
plebe. Nesse sistema, cada estamento possuía obrigações
específicas: os nobres guerreavam; o clero cuidava dos costumes religiosos, e
os servos eram responsáveis pela produção dos bens consumíveis necessários.
·
O sistema de classes possui
maior complexidade e é muito diferente dos outros tipos de estratificação. Embora não haja consenso entre os estudiosos do assunto, podemos
definir, resumidamente, uma classe social como um grande agrupamento de pessoas
que dividem condições materiais parecidas, condições essas que influenciam imensamente
os demais aspectos de suas vidas. Isso quer dizer que a condição econômica tem
profunda influência sobre as formas de diferenciação das classes. Diferentemente de outros tipos de estratificação, as classes não são
estabelecidas por intermédio de posição religiosa ou por posição herdada. Os
indivíduos possuem certa mobilidade na organização social, podendo ascender ou
descender na estrutura hierárquica. A esse movimento damos o nome de mobilidade
social, uma importante parte da dinâmica de uma sociedade.
Dois teóricos destacaram-se no campo de estudo da
teoria de classes: Karl Marx e Max Weber. Eles se pautaram na noção de que uma
classe é constituída por um grupo de pessoas que se assemelham em relação à
posse de meios de produção. Existiriam então duas classes sociais principais
distintas: os industrialistas ou capitalistas e o proletariado. O
primeiro detém os meios de produção (indústrias, fábricas, manufaturas), e o
segundo dispõe apenas de sua própria força de trabalho para obter seu sustento.
Weber, entretanto, apesar de pensar como Karl Marx em
relação à influência da realidade material na formação de nossa sociedade,
acreditava que haveria mais fatores, além da condição material do indivíduo,
que influenciariam a construção social. Para Weber, as teorias puramente
materialistas eram insuficientes para compreender a complexidade das relações
sociais entre classes. Dimensões da vida social, como a desigualdade social,
não se resumiam puramente à condição material de cada indivíduo. Era necessário
observar, portanto, as demais variáveis que afetariam a construção do sujeito
social, como o status social, que é definido na relação de diferenças entre
grupos sociais e de acordo com o prestígio social conferido pelos demais. Essa
relação de status, por exemplo, vai além das separações econômicas, sendo
determinado com base no conhecimento direto de uma pessoa diante de interações
em diferentes contextos. Isso confere certo poder de ação ao indivíduo, além
daquele determinado por suas posses materiais.

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