DATA 02/12/2020
2A -EDUARDO
ATIVIDADE:
01) DEFINA (O QUE É) EMPIRISMO?
LINK DE VIDEO AULA:
https://www.youtube.com/watch?v=hvYpxSSXhUA
2B - NARA
Atividades e Orientação:
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Coloque a data e o assunto da
aula em seu caderno,
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Letra legível,
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Leia o texto abaixo e em
seguida, faça o resumo dele na folha.
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Atividade
para o portifólio.
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Minímo 30 linhas.
A MORAL DO
DEVER EM KANT
A doutrina moral de Kant é independente de
qualquer sentido religioso. Sua moral exclui a noção de intenção como elemento
de uma alma pura, e o dever não é uma obrigação a ser seguida em virtude de um
ente superior. Intenção e dever (em Kant) dependem do sujeito epistemológico
(eu transcendental) e não do eu psicológico (indivíduo). Para Kant, o sujeito
transcendental trata-se de uma maquinaria (aparelho cognitivo) subjetiva,
universal e necessária (presente em todos os homens, em todos os tempos e em
todos os lugares). Assim, todo ser saudável possui tal aparato, formado por
três campos: a razão, o entendimento (categorias) e a sensibilidade (formas
puras da intuição-espaço e tempo).
Em Kant, a razão (faculdade das idéias) é
que preserva os princípios que articulam intenção e dever conforme a autonomia
do sujeito. Desse modo segue-se que tais princípios não podem ser negados sem
autocontradição. Daí deriva a idéia de liberdade kantiana, de um caráter
sintético a priori, sendo que sem liberdade não pode haver nenhum ato moral;
para sermos livres, precisamos ser obrigados pelo dever de sermos livres.
-O
imperativo categórico
O comando moral que faz com que nossas
ações sejam moralmente boas, se expressa no imperativo categórico: “age só
segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei
universal” (FMC, 2004, p.51). Essa lei está atada à razão pura prática. Todo
sujeito é racional (tem raciocínio lógico), por isso tem condição de sujeito
moral, dotado de normas. Exercer uma ação contrária levaria ao absurdo. O
exemplo que Kant nos dá (FMC) a respeito da mentira é o mais conhecido. Poderia
alguém mentir em benefício próprio, de um ente querido, ou mesmo em favor da
humanidade? Kant, nos diz não, pois a mentira jamais poderia ser universalizada
sem autocontradição:
(...) pois, segundo essa lei, não poderia
haver propriamente promessa alguma, já que seria inútil afirmar a minha vontade
quanto a minhas futuras ações, pois as pessoas não acreditariam em meu
fingimento, ou, se precipitadamente o fizessem, pagar-me-iam na mesma moeda.
Portanto, a minha máxima, uma vez arvorada em lei universal, destruir-se-ia a
si mesma necessariamente (Kant, FMC, 2004, p.31).
Desse modo, cada sujeito, tem um alarme
acionado na sua consciência moral (com a razão pura prática funcionando), que
evidencia essa contradição, alertando que essa ação deve ser refutada, visto
que essa ação não pode servir para todos. Assim, consultando a razão pura
prática (como deveria alguém agir na minha situação?), constataremos que se
todos se utilizassem dessa ação, o mundo seria um verdadeiro caos.
O imperativo categórico em Kant é uma
forma a priori, pura, independente do útil ou prejudicial. É uma escolha
voluntária racional, por finalidade e não causalidade. Superam-se os interesses
e impõe-se o ser moral, o dever. O dever é o princípio supremo de toda a
moralidade (moral deontológica). Dessa forma uma ação é certa quando realizada
por um sentimento de dever. A razão é a condição a priori da vontade, por isso
independe da experiência.
-Diferenças
entre os imperativos
Todos os imperativos ordenam, e são
fórmulas para exprimir as relações entre as leis objetivas do querer em geral,
e a discordância subjetiva da vontade humana.
Imperativo é hipotético: no caso de a ação
ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, ou seja, em vista de algum
propósito possível ou real.
A habilidade na escolha dos meios para
atingir o maior bem-estar próprio pode-se chamar sagacidade. Por exemplo, a
escolha dos meios para alcançar a própria felicidade (não é um ideal da razão,
mas da imaginação), continua sendo um imperativo hipotético (considerados mais
como conselhos).
Imperativo Categórico: não é limitado a
nenhuma condição, é um mandamento absoluto (necessário), vale como princípio
apodíctico-prático (da razão).
Segue-se que somente o imperativo
categórico equivale a uma lei prática, e os outros imperativos podem ser
denominados de princípios da vontade, mas não leis. Pois, conforme nos diz Kant
“o mandamento incondicional não deixa à vontade nenhum arbítrio acerca do que
ordena, só ele tendo, portanto, em si, aquela necessidade que exigimos na lei”
(FMC, 2004, p. 50).
-As
fórmulas do Imperativo Categórico
Além da fórmula da universalidade da lei,
que vimos no que foi exposto anteriormente temos duas outras fórmulas:
*baseada na humanidade como fim: Kant
afirma que todo o ser racional, existe como fim em si mesmo, e não apenas como
meio para uso arbitrário desta ou daquela vontade. Assim o imperativo prático
será o seguinte: “age de tal maneira que possas usar a humanidade, tanto em tua
pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e
nunca simplesmente como meio” (FMC, 2004, p. 59).
*baseada na vontade legisladora universal:
a vontade da ação deve ser vista como um dever, ou seja, a idéia da vontade de
todo ser racional concebida como vontade legisladora universal. Segundo esse
princípio, Kant afirma:
Não
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A vontade não está, pois, simplesmente
submetida à lei, mas o está de tal maneira que possa ser também considerada
legisladora ela mesma, e precisamente por isso então submetida à lei (de que
ela mesma pode ser considerada como autora - FMC, 2004, p. 62).
-Uma Especificação de Fato de Razão e Liberdade nas
ações
O fato de razão se revela na decisão e não
na contemplação. Contemplamos todas as características possíveis, nossas
motivações pessoais, as circunstâncias do momento, e nos perguntamos novamente:
“o que eu deveria fazer?” Depois de ter a convicção de ter levado tudo em
conta, tomar uma decisão por mais difícil que seja, isso corresponde ao fato de
razão.
Dessa maneira o fato de razão é
apresentado mediante nossa reflexão (avaliação) de nossas máximas como
princípio de vida. Os princípios diversos da própria razão, baseados em motivos
invertidos constituem o que chamamos de mal (transgressão dos limites da
razão). E na maldade a avaliação que se faz dos pensamentos é corrompida na
origem.
Como se vê, a razão pura é uma razão livre
de motivos empíricos ou particulares, sem interesses do que se pode conseguir
com tal ato. E a razão empírica se reduz aos nossos interesses, com base na
experiência, em que criamos conceitos de como satisfazê-los.
A liberdade consiste na decisão, que leva
em consideração padrões universais aplicáveis que estabeleçam a harmonia
coletiva. Assim, o indivíduo encontra em si mesmo os padrões universais que ele
consegue exteriorizar. A liberdade exige que a pessoa tome sua decisão baseada
em si mesma, partindo de uma visão exterior, que ela vislumbra do seu próprio
interior, afirmando sua individualidade.
A aplicabilidade de conceitos morais para
nós, é conseqüência de nossa liberdade. Ao tomarmos consciência de nossos
impulsos, desejos e suas motivações nos confrontamos se iremos atendê-los ou
não, e daí é que parte a nossa liberdade, no confronto de uma questão; faremos
as nossas escolhas através de uma avaliação. E, se do contrário, não fizermos o
confronto (a análise), atendendo prontamente aos nossos instintos, ainda assim,
teremos tomados uma decisão, que foi conseqüência de nossa liberdade num
posicionamento moral.
A liberdade humana é o fundamento de nossas
ações e princípios de vida, fazendo parte essencial na prática moral.
Não havendo determinação imediata da
razão, no valor moral da ação, o próprio conceito de razão prática é
questionável. Pois, se ela não é imediata, não é pura, admitindo inclinações.
Para que as leis existam, a vontade deve estar fundada na razão, do contrário
só teremos princípios práticos baseados na subjetividade.
Podemos verificar que o solipsismo vem a
ser uma relação patológica consigo mesmo. Trata-se de nosso sistema de inclinações
(desejos, impulsos) guiados pelo amor de si ou felicidade própria. E amor de si
corresponde a arrogância (presunção), amor próprio. Portanto, a razão prática
não pode ser solipsista, pois se baseia na moral prática entre os homens, nas
ações livres segundo as máximas, que se convertem em uma lei universal. O único
amor que pode ser ordenado é o amor prático, que reside na vontade, não
patológico, sem inclinações, mas por dever (ama teu próximo, até teus
inimigos).
Considerações
finais
Em Kant o dever é a necessidade de uma
ação por respeito à lei. E uma ação por dever elimina todas as inclinações
(todo o objeto da vontade), e, portanto, só resta à vontade obedecer à lei
prática (baseada na máxima universal), pois trata-se de um princípio que está ligado
à vontade. O valor moral da ação não reside no efeito que dela se espera, pois
o fundamento da vontade é a representação da lei e não o efeito esperado (uma
boa vontade não é boa pelo que promove ou realiza, mas pelo simples querer, em
si mesma).
A ética kantiana é a ética do dever,
autocoerção da razão, que concilia dever e liberdade. O pensamento do dever
derruba a arrogância e o amor próprio, e é tido como princípio supremo de toda
a moralidade.
Referências Bibliográficas
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros
Escritos. São Paulo: Martin Claret: 2004
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