DATA 02/12/2020
Atividades e Orientação:
·
Coloque a data e o assunto da
aula em seu caderno,
·
Letra legível,
·
Leia o texto abaixo e em
seguida faça o resumo dele.
·
Mínimo de 30 linhas.
·
Atividade
para o portifólio.
A Filosofia e o Discurso
Sobre a Beleza
Um dos discursos que mais usamos no cotidiano é aquele que trata sobre a
Beleza. Esse discurso é pronunciado em relação a objetos, pessoas e etc. Porém
esse conceito tem o seu grau de contingência e por isso mesmo possui claramente
uma historicidade. O conceito de Beleza, da forma que é utilizado nos dias de
hoje, advém de raízes longínquas e é proferida por algumas ideias filosóficas
que dão sustentação a toda essa prática discursiva. Ao longo da história a
crença no Belo ideal, tal como pensado pela Filosofia, não perdeu poder e tem
incidência na nossa época contemporânea.
O surgimento de uma Filosofia do Belo se deu na Grécia. Platão, através da
metafísica, diz que vivemos em um mundo em ruínas e existe um mundo para além
do sensível onde tudo é organizado, perfeito, belo. Temos com ele a fórmula:
Verdade = Bem = Belo. Vemos aqui umas das figuras mais importantes do
pensamento ocidental dando um status de poder ao conceito de beleza, a qual em
si seria boa e verdadeira. Algo é mais ou menos belo de acordo com a
proximidade que essa coisa tiver da Beleza em si, a Beleza do mundo das ideias.
Platão diz que a Beleza absoluta é o brilho ou esplendor da verdade.
Platão ainda assinala que um juízo de beleza só é possível de ser enunciado
quando o mesmo não possui um interesse na coisa que estamos considerando. Temos
assim uma apreciação apenas pela beleza em si. Como a mesma é metafísica o
interesse na matéria por ela mesma não importa, pois o carnal do corpo
envelhece, e a luz do belo assim esvai-se. Essas ideias serão retomadas por
Kant no século XVIII, o qual nos diz que a contemplação da beleza só se
sustenta se for de forma desinteressada, como “prazer desinteressado”. Seguindo
ainda uma Filosofia do Belo, temos no pensamento de Aristóteles a Beleza apenas
enquanto algo grandioso. Algo que não satisfaça o ideal de grandeza, prescrito
por Aristóteles para algo ser considerado Belo, recai sobre outra categoria,
como a do gracioso. Temos assim então que a Beleza para Aristóteles reside em
ordem, harmonia e grandeza.
Hegel, que é um idealista e bebeu de Platão, diz em seu famoso curso de
Estética que a Beleza é uma das armas mais poderosas que o homem possui para
superar o seu destino trágico. Trágico por que vivemos entre dois polos, esse
mundo natural onde residem todas as nossas paixões sensíveis que nos tomam e
são de ordem inferior e o mundo perfeito das ideias. O homem para Hegel é
dilacerado por essas duas esferas, e cabe a Beleza, na arte, o papel de nos
livrar dessa contradição.
É interessante ver o quanto o conceito do que é belo tem efeitos na vida dos
sujeitos e influencia a forma como nos relacionamos com as pessoas e nos
colocamos no mundo. Mesmo tendo surgido dentro do âmbito filosófico, o conceito
de beleza enquanto ideal reflete de várias formas o que buscamos na vida
através de um objeto de amor, objeto artístico e tantos outros objetos que
passamos a vida procurando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário