DATA 03/12/2020
ATIVIDADE
02
(ENEM/2008)
Leia o texto a seguir.
Torno a ver-vos, ó montes; o
destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino. (Verso 4)
Aqui estou entre Almendro, entre
Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode
tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca
fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: PROENÇA FILHO,
Domício. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2002. p. 78-9.
Considerando o
soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo
brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o
momento histórico de sua produção.
(A) Os “montes”
e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à
Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
(B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole,
como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido
entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da
Colônia.
(C) O bucolismo presente nas imagens do poema é
elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em
realizar uma representação literária realista da vida nacional.
(D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a
“Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição
histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
(E) A realidade
de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada
esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do
pranto em alegria.
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