DATA 25/01/2021
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CULTURA INDÍGENA
A cultura indígena brasileira é vasta e diversificada, ao
contrário do que pensa o senso comum. Os historiadores estimam que, no início
do século XVI, havia quatro agrupamentos linguísticos
principais: tupi-guarani, jê, caribe e aruaque.
Essas famílias linguísticas compartilhavam o mesmo idioma e culturas
semelhantes. Antes da colonização, os índios que habitavam o
território (hoje denominado Brasil) tinham uma cultura similar em alguns
pontos, tais eram: organização social baseada no coletivismo; ausência
de política, Estado e governo; ausência de moeda e de
trocas mercantis; religiões politeístas baseadas em elementos
da natureza; e ausência da escrita.
A visão europeia sobre os povos
indígenas foi, desde a colonização, etnocêntrica, a qual considera
o modo de vida indígena inferior por não conter elementos considerados, pelos europeus, símbolos
de civilização e progresso. No entanto, a antropologia e
a sociologia contemporâneas já desmistificaram essas análises
preconceituosas, estabelecendo que as diferenças culturais entre os povos não
são motivos para estabelecer-se uma hierarquia cultural.
Como era a cultura indígena
Os povos indígenas, apesar de terem pertencido a
vários grupos diferentes com pontuais diferenças de comportamento e cultura,
tinham elementos comuns que consolidavam uma
cultura indígena como um todo. Eles tinham religião, hábitos, costumes
e comportamentos similares, a divisão do trabalho também era
parecida entre todos os povos, e o modo de vida deles era baseado na caça,
na pesca e na coleta, acrescida da agricultura de
algumas plantas, como a mandioca. A religião indígena,
baseada em conjuntos de mitos sobre seres espirituais, era
variada, entretanto era comum a crença em entidades espirituais que
habitavam o mundo material. Também se acreditava em potências espirituais
encarnadas por animais e na existência de pessoas que poderiam estabelecer
contato com o mundo espiritual (pajés),
sendo homem ou mulher.
Tupã era o ser sobrenatural supremo que controlava a natureza e,
como é comum nas religiões a identificação dos seus deuses com os seus povos,
era representado pela figura de um índio poderoso. Além desse deus,
existia a figura mística do Abaçaí,
que, para alguns povos, tratava-se um espírito maléfico que
perturbava a vida dos índios. Os povos Tupinambá desenvolveram mitos de
criação do mundo e acreditavam em sua possível destruição
futura, por meio de dilúvios que matariam todos. Eles
também acreditavam em entidades como Maire-Monan, que teria
ensinado a agricultura à humanidade para que esta pudesse alimentar-se melhor.
Os pajés, que são as pessoas que podem entrar em contato com as entidades
espirituais, utilizam a sabedoria aprendida com os espíritos para
aconselhar as pessoas e fazer rituais de cura. Os rituais,
chamados pajelanças, poderiam ser feitos em festividades, como
forma de agradecimento e de pedido, e para efetuar curas medicinais.
Eles envolviam, em alguns casos, música e dança. Era comum o pajé utilizar-se
da inalação de grandes quantidades de fumaça de tabaco para que, em transe
narcótico, pudesse fazer contato com os espíritos.
Os índios utilizam adornos corporais e
pinturas com materiais extraídos da natureza, como a tintura
de urucum, os colares de peças naturais, e os botoques e adornos feitos com
base na arte plumária (que utiliza plumas e penas de aves). Há
uma importante simbologia por trás dos adornos e das pinturas
corporais, que podem identificar o sexo, a idade, a aldeia e a posição
social do índio, estabelecendo uma espécie de identidade
cultural dos povos indígenas. Também é comum a produção de artesanatos para
ornamento, de utensílios, como cestas de palha
e cuias, e, nas tribos antigas, de arcos, flechas e lanças utilizadas
para a caça e para a guerra.
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