8º ano A e B
1 – Leia o texto e tire as principais ideias
e conceitos;
Relações entre o Brasil e a África
A maioria dos países que compõem o continente africano apresenta muitas
similaridades com o Brasil. Primeiramente, os aspectos naturais de ambos têm em
comum a presença de extensas áreas florestadas, como a Amazônia brasileira e a
Floresta Equatorial do Congo. Em seus territórios estão localizados os dois
maiores rios em volume de água do mundo, o rio Amazonas e o rio Congo,
respectivamente. Outro ponto em comum são as enormes faixas de clima tropical
recobertas por vegetação esparsas, conhecida como Savanas, na África, e
Cerrado, no Brasil. Na literatura de língua inglesa, o Cerrado é conhecido como
Brazilian Savanna, ou seja, a Savana Brasileira.
Com relação aos aspectos humanos em comum, podemos
destacar o processo de ocupação realizado pelos europeus, fundamentado na
exploração e pilhagem de recursos naturais, período conhecido como
Colonialismo. A ocupação europeia privilegiou a produção de matérias-primas e
introduziu o caráter predatório de diversas atividades ligadas ao setor
primário, como a extração de madeira e as monoculturas de produtos tropicais,
também conhecidas como plantations. A colonização de exploração adiou a
industrialização dos países ocupados e contribuiu para o subdesenvolvimento
econômico e social, características que são compartilhadas entre o Brasil e
todos os países africanos.
Ainda durante o processo de colonização, outro
elemento começou a aproximar a África do Brasil: o escravismo da população
negra. A migração compulsória de pessoas de etnias negras africanas para o
Brasil trouxe ao país cerca de 4 milhões de trabalhadores escravos, que foram
empregados principalmente nas atividades ligadas aos ciclos econômicos, como o
da cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração e o café no Sudeste. Atualmente, é
notória a influência africana em nossa sociedade na cultural em geral, como nos
elementos incorporados pela língua portuguesa, toponímia, hábitos alimentares e
crenças religiosas.
A África também atravessou um processo chamado de
neocolonialismo, quando os interesses europeus se concentraram na produção de
matérias-primas com ênfase nas demandas da Revolução Industrial, que obrigava
os países em processo de industrialização a buscar maiores suprimentos de
minérios e fontes de energia, como o minério de ferro e o carvão mineral. Tais interesses
tornaram os países africanos uma espécie de balcão de negócios das potências
europeias, o que acabou formalizado a partir da Conferência de Berlim, entre os
anos de 1884 e 1885, acordo que definiu os limites das possessões europeias na
África.
Enquanto a África iniciava o neocolonialismo, o
Brasil já estava experimentando a independência política. Ainda assim, a
economia brasileira manteve a base primária, como a africana, tendo na produção
cafeeira – produto tropical originário do continente africano – a principal
atividade econômica e de atração de imigrantes para o Brasil até o período
correspondente às duas grandes guerras, no início do século XX. Nos dias
atuais, as atividades primárias como a agropecuária e os extrativismos vegetal
e mineral continuam representando o sustentáculo da economia dos países
subdesenvolvidos africanos. Mesmo o Brasil sendo um país industrializado, as
produções da soja e de minério de ferro correspondem aos principais produtos da
pauta de exportação brasileira.
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