HUMANISMO
RENASCENTISTA
Durante o Renascimento cultural, artístico e
científico que ocorreu na Itália, no século XIV, o Humanismo ganhou destaque
entre os pensadores renascentistas, principalmente por se caracterizar como um
movimento intelectual que voltou seus interesses para as obras filosóficas,
literárias e científicas da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).
O interesse pela Antiguidade Clássica não revelou
uma vontade de retornar ao passado (vontade nostálgica). Os homens medievais
tinham a consciência de que viviam e tinham outros valores sociais e culturais,
ou seja, eram homens diferentes dos homens da Antiguidade Clássica. A
revalorização da ciência, da arte e da filosofia clássica era necessária para
adaptá-las ao novo contexto histórico.
O retorno às obras dos pensadores clássicos teve
início com a Filosofia Escolástica. O principal representante dessa corrente
filosófica foi São Tomás de Aquino (1225-1274), filósofo e teólogo da Igreja
Católica. São Tomás acreditava que a razão, o intelecto humano, não devia ser
temida – ele considerava a razão como outro caminho para Deus. A Escolástica
adaptou os ensinamentos do filósofo grego Aristóteles à religião. As ideias do
filósofo foram utilizadas para esclarecer e explicar os ensinamentos da
religião através de conceitos e princípios lógicos.
Os pensadores e intelectuais humanistas geralmente
são confundidos com antirreligiosos, porém não podemos perpetuar esse equívoco
de interpretação, visto que os humanistas queriam manter uma relação com Deus e
com o mundo natural. A investigação humana seria privilegiada, o homem
racionalizaria através dos seus pensamentos a investigação dos diversos
fenômenos naturais, sociais, culturais e míticos.
Por meio do Humanismo, o homem passou a ser visto
como imagem e semelhança do seu criador Deus, tornando-se a medida de todas as
coisas. Os humanistas romperam com o Teocentrismo (a ideia de que Deus era o
centro de todo o universo e de toda a vida humana) e passou a prevalecer a
ideia do Antropocentrismo (o homem no centro do universo e da vida humana).
O Humanismo levou a reformas nos ensinos das
universidades europeias e ocorreu uma valorização das humanidades (ciências
humanas, hoje), que privilegiou o ensino e o estudo da Poesia, Filosofia e
História. Os humanistas pretendiam introduzir métodos críticos na leitura e
interpretação de obras e desejavam reconstruir os textos originais para
corrigir erros, omissões e modificações realizadas pelos monges copistas
medievais.
Um fato importante que aconteceu no século XV foi a
criação da imprensa, ou prensa, por Johann Gutemberg. O invento revolucionou a
produção de livros, que não precisaram ser mais manuscritos por copistas,
processo que demandava bastante tempo. Com a criação de Gutemberg – os tipos
móveis metálicos (imprensa) –, o processo de produção do livro diminuiu, sendo
impressas, em poucos anos, milhares de obras, o que facilitou o contato dos
leitores com as ideias e os autores humanistas, ou seja, a invenção propiciou
uma maior difusão do conhecimento.
O Humanismo, como visto, foi a base teórica e
filosófica do movimento renascentista, influenciando o Renascimento artístico,
cultural e científico.
CARVALHO, Leandro. "Humanismo
renascentista"; Brasil Escola.
Disponível
em:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/humanismo-renascentista.htm.>
Acesso em 17 de abr. de 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário